Campeonato A1 Masculino
Velhos rivais na "capital"
É a única cidade do país a ter duas equipas na divisão principal do voleibol português. Espinho é, há mais de seis décadas, um marco incontornável da modalidade em Portugal e orgulha-se de ser considerada a capital do voleibol. A partir de hoje volta a acolher mais uma final do campeonato, a terceira consecutiva entre Sporting de Espinho e Vitória de Guimarães, quarta se contarmos com a da Taça do último domingo. E o Espinho ganhou sempre...
Mas se os vimaranenses começam agora a descobrir o voleibol, em Espinho é quase um monumento. "O voleibol, em si mesmo, com o Sporting de Espinho, o Miguel Maia ou o João Brenha, acaba por ser a melhor publicidade que podemos ter", diz José Mota, presidente da Câmara de Espinho, bem ciente da importância que a modalidade tem no concelho. "Espinho é uma terra com tradição. Sempre tivemos uma prática desportiva forte, mesmo a nível das escolas." Por isso a autarquia apoia os três clubes (ao Sporting de Espinho junta-se a Académica de Espinho, também na A1, e o Vólei Clube de Espinho). "Apoiamos porque permite a tantas pessoas a prática desportiva. Temos centenas de jovens a praticar a modalidade, que é muito forte em Espinho, talvez pelos êxitos do Sporting local, como pelas participações do Miguel Maia e do João Brenha nos Jogos Olímpicos", reconhece.
Por isto, não é surpresa que a Federação Portuguesa de Voleibol escolha Espinho para acolher o Open de Portugal, prova do circuito mundial de voleibol de praia, ou para o decisivo torneio de apuramento olímpico, no final de Maio.
Miguel Maia, hoje jogador/treinador do Sporting de Espinho, foi um dos que cresceram envolvidos na mística do vólei. "Desde há uns anos que as pessoas se têm vindo a aproximar mais da equipa. Ao longo dos últimos 60 anos, a cidade sempre esteve num trajecto paralelo com a modalidade. Ou era o avô, ou o pai, ou o primo, toda a gente praticou. Se calhar é por isso que Espinho está para o voleibol como Ovar para o basquetebol ou Braga para o andebol… Faz parte da formação das pessoas. É como ir à escola."
Fonte: O Jogo