[Analise] Pro Evolution Soccer 08

O futebol é um tema vivido fervorosamente em Portugal. Seja o desporto propriamente dito, sejam os respectivos temas satélite. Os videojogos não são excepção, e todos os anos há picardias entre os fiéis seguidores de Pro Evolution Soccer (PES) e os adeptos da série da Electronic Arts, FIFA. Existem inúmeros textos que não se focam num jogo, em vez disso escrevem extensas listas de comparação entre as duas séries. Há que marcar uma posição, e evitar fazer da análise um comparativo entre FIFA e PES, só assim o consumidor final sairá verdadeiramente beneficiado.

O primeiro contacto com Pro Evolution Soccer 2008 faz-se através dos seus menus. Redesenhados, mais estilizados, permitem uma fácil navegação entre as sete variantes de jogo. Totalmente em português, tivemos conhecimento das duas novidades presentes nesta versão. O Tour Mundial obriga-nos a completar tarefas específicas. Dividida por rondas, teremos que ganhar por uma margem generosa de golos, marcar um determinado número de golos, ou ganhar a partida nos minutos cruciais. Convém ainda realçar o facto de poderem exportar os dados para a vossa PlayStation Portable. Aí, caso tenham as duas versões do jogo, poderão continuar a vossa odisseia "em andamento".

A outra novidade dá pelo nome de Comunidade e permite, como o próprio nome indica, criar uma comunidade localmente até 16 jogadores. Gravada a lista com os nomes dos jogadores e respectivos signos (sim, os do horóscopo), poderão realizar taças, torneios e ligas, sempre com aquele grupo de amigos. Isto facilitará muito a vida àqueles jogadores que adorariam fazer uma competição mais prolongada com alguém, mas para quem o tempo insiste em não chegar. Bom, agora podem organizar a realização das jornadas a vosso bel-prazer.

Para além deste par de novidades, a Master League (que em português se chama Liga Master) regressa praticamente inalterada face às entregas anteriores da série. Continua a ser um modo que consumirá uma grande porção do vosso tempo, contudo, a falta de novidades de monta faz com que muitos já não tenham vontade de pegar numa equipa e passar novamente por tudo aquilo que passaram ainda nem há doze meses.

Nós, portugueses, queremos jogar com aqueles que todos os fins-de-semana jogam em solo lusitano. Infelizmente, isso ainda não vai ser possível nesta edição de PES. A liga portuguesa parece que ainda não tem a importância necessária para Shingo "Seabass" Takatsuka a incluir no seu jogo. E, ao contrário de outras versões de PES 2008, os estádios portugueses são uma miragem na lista de 33 estádios presentes na versão PlayStation 2.

É esta aparente falta de inovação que faz de Pro Evolution uma série estagnada à sombra daquilo que conseguiu com as primeiras entregas. Aliás, as semelhanças com a edição do ano passado são tantas, que é preciso entrar dentro de campo para percebermos que estamos a jogar uma nova versão do jogo. Aqui, dentro das quatro linhas, a nossa experiência assemelhou-se à de um doente bipolar entre crises.

A característica mais perceptível é uma aceleração na jogabilidade, isto é, há uma abordagem que tende para a componente mais arcade do futebol. Jogadores mais rápidos resultam, consequentemente, num ritmo de jogo mais acelerado. Isto nem era um ponto negativo, não fosse uma inteligência artificial com graves crise de identidade.