Dragão com pior casa de sempre, mas melhor dos "quartos"
O Estádio do Dragão teve na quarta-feira a sua pior assistência de sempre, apesar de ter sido o recinto que mais adeptos recebeu nos jogos quartos-de-final da Taça de Portugal de futebol.
Apenas cerca de 30.900 espectadores assistiram aos quatro jogos de quarta-feira, numa média de cerca de 7.715 espectadores por jogo.
No Estádio do Dragão, 12.117 adeptos assistiram à vitória (1-0) do FC Porto sobre o Gil Vicente, muito abaixo da média de 36.892 espectadores que o recinto dos "azuis e brancos" tem na Liga.
O triunfo (1-0) do detentor do troféu Sporting sobre o Estrela da Amadora apenas chamou 7.452 adeptos a Alvalade, que tem a média mais baixa dos "três grandes" nas competições da Liga (23.522).
Já o Estádio da Luz, que apresenta uma média de 37.267 espectadores por jogo, teve quarta-feira apenas 10.494 adeptos a assistir ao triunfo do Benfica sobre o Moreirense.
Na Figueira da Foz não existem números oficiais para o encontro entre a Naval 1º de Maio e o Vitória de Setúbal, trunfo sadino por 2-1, porque os torniquetes não estão em funcionamento em provas da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), mas o conjunto figueirense aponta para cerca de 800 adeptos.
Apesar de baixos, os números dos quartos-de-final da Taça são superiores aos da fase de grupos da Taça da Liga, cujos seis jogos foram apenas visionados ao vivo por apenas 22.764 espectadores, numa média de 3.794 adeptos por jogo.
Na nova competição da Liga de clubes, o jogo mais visto foi a recepção do Sporting ao Penafiel, com 7.571 adeptos, enquanto a partida entre o Beira-Mar e o Penafiel teve apenas 404 espectadores.
Em declarações à Agência Lusa, o presidente da FPF, Gilberto Madaíl, disse que "o que se passa na Taça de Portugal é recorrente do que se passa no futebol português", embora reconheça que as assistências ficaram aquém do esperado.
Uma das justificações encontradas pelo líder federativo para estes números "tem muito a ver com as excelentes carreiras que as equipas têm tido nas competições europeias, que têm levado aos estádios muitas pessoas e que têm gasto muito dinheiro, pelo que há competições que acabam por ficar para trás".
"Nunca tivemos, pelo menos que me lembre, três equipas (grandes) nesta fase da Taça e ainda na Taça UEFA e na Liga dos Campeões. Há jogos que são importantíssimos, mas que, para o adepto comum, não têm a mesma motivação que um jogo da Liga dos Campeões ou da Liga portuguesa", considerou.
Gilberto Madaíl considerou ainda que, nesta fase, "o emparelhamento dos clubes não era aquele que proporciona a maior rivalidade, a maior competitividade", mas acredita que a existência de um clássico nas meias-finais "vai equilibrar as contas".
"Vamos ver o que vai acontecer a partir de segunda-feira com o sorteio. Vamos ter pelo menos um clássico. Se no final fizermos as contas, não andaremos longe das médias habituais, que costumam ser superiores às das outras competições", acrescentou.
Gilberto Madaíl adiantou ainda que a direcção da FPF tem um projecto para fazer alterações no figurino da Taça de Portugal na próxima temporada, "além das que já foram feitas este ano, com a redução de clubes".
"Queremos tentar valorizar, se possível, os quartos-de-final, mas, sobretudo, as meias-finais. Como já tínhamos proposto este ano, mas que não veio a acontecer", referiu.
FC Porto, Benfica, Sporting e Vitória de Setúbal ficam a saber segunda-feira quem defrontarão nas meias-finais da Taça de Portugal, agendadas para 16 de Abril.
Fonte: Lusa